De volta ao Brasil!

Obrigado a todos que nos acompanharam

sábado, 27 de outubro de 2007

Tropa de Elite, osso duro de roer.

Logo antes de viajar, estava montando nosso filme na UNA e o pessoal estava em polvorosa copiando a torto e a direita o DVD do filme Tropa de Elite. Não me interessei, porque queria ver o filme no cinema, nem me toquei que sairia do país em pouco tempo e não teria uma oportunidade de assistir no cinema tão cedo.

Chegando aqui, a repercussão do filme que foi enorme no Brasil, mesmo antes da estréia, devido justamente à pirataria, nos atingiu. Com cada pessoa que falávamos no Brasil, tinhamos um comentário sobre o filme, ou simplesmente mandavam que o vissemos.

Bernardo, acho que nunca mencionei ele, é um carioca que estuda Sport Management na minha faculdade. Ele disse no dia em que o conheci que estava com um DVD do Tropa de Elite aqui em Londres. Ele ficou de me emprestar. A vontade de assistir foi crescendo junto com o número de comentários sobre o longa. Mas um dia encontrei com Bernardo por acaso, pois só temos aulas juntos na terça-feira, e ele que ainda estava morando em hotel, me falou que não conseguiu de forma alguma encontrar o DVD.

Então larguei de bobagem e recorri ao meu amigo Paul Torrent (jeito besta de disser que baixa o filme na internet). Em um dia já estava com o filme completo no Laptop. E finalmente hoje, sábado, 27 de outubro, resolvemos assistir ao filme do José Padilha. E que filme.

Técnicamente é irreprensível e casa muito bem forma e conteúdo. A fotografia não é “bonita” como em Cidade de Deus, mas confere verossimilhança ao filme. O roteiro usa um off, que embora comumente questionado, é necessário para a complexidade desta película. As atuações são magistrais.

Mas o filme vai muito além. Primeiramente, deveria ser decretado que todo mundo que assistiu a Tropa de Elite deveria ver Ônibus 174, longa anterior do Padilha. Não por acaso, os dois personagens centrais tem o mesmo sobrenome. Cap. Nascimento foi batizado em cima de Sandro do Nascimento, o sequestrador do ônibus no Jardim Botânico, segundo afirmou o próprio diretor no Programa do Jô. Os dois Nascimentos são “monstros”, contudo, à exemplo da criatura de Frankstein, estes monstros tem um criador, a Sociedade.

Embora Nascimento seja o narrador do Tropa de Elite, e a figura forte e carismática de Wagner Moura nos leve a uma próximidade com o personagem, a grande história do longa é a de André Matias. E a criação deste novo “monstro” que acompanhamos nas quase duas horas de projeção (ou no DVD ou no computador). E a cena final é fenomenal. O que esperamos do último ato de Matias? O que devemos esperar? Que ele atire e tenha o “coração”(ou a falta dele) para substituir Nascimento? Ou que ele se recusse a cometer ato de tamanha arbitrariedade e brutalidade? Aposto que pouquíssimo torcemos pela segunda hipotése. E a tela branca deixa aberto a conclusão, não do tiro, que fatalmente foi dado no rosto do traficante, mas do personagem e a nossa mesma enquanto agentes dessa trama.

Tropa de Elite é um filme díficil, pode sim gerar “efeitos colaterais”, mas como disse Pablo Villaça; “É infinitamente mais recompensador assistir a um filme que estimula a discussão e a auto-análise do que um que, por covardia ou falta de ambição, limita-se a seguir a corrente do politicamente correto.

Leonardo OCunha

5 comentários:

Anônimo disse...

Que isso hein.
José Wilker tem inveja.

Anônimo disse...

Que bom que vcs viram o filme, ele é realmente imperdível...
Beijokas.

Leonardo OCunha disse...

Oi Natália. Que bom pela monografia e que bom que está de volta ao blog. Não podia deixar de dizer que achei o ator que faz o André Matias a cara do Wagner. bjs

Anônimo disse...

Isso foi ótimo Léo!!
uahuhauhauahuahuahauhuha
Mas é a primeira pessoa que comenta...será que parece mesmo?
Beijinhos!

Anônimo disse...

Por isso que eu fui assistir "Tropa de Elite Argentina, La peliiicula"


Hasta la rasta,

Meu HTML não foi aceito, que melda!
Vejam lá no meu skype.