De volta ao Brasil!

Obrigado a todos que nos acompanharam

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Wednesday Morning

Nesta quarta comecei a ter aulas de Research Methods pela manhã. É a mesma materia de terça a tarde, com todos os cursos juntos. Serão quatro semanas com a I-Ling uma figura de Taiwan, ela usa uns terninhos e no primeiro dia ficamos sem saber se era homem ou mulher. Como a matéria vai trabalhar com Dados Quantitativos, pediram que levássemos laptops para a aula. O que deixou a Julieta triste, por ter de ficar a manhã toda sozinha e sem computador. E acabou que hoje nem o usamos.

O Bernardo veio hoje empolgado com o DVD do Tropa de Elite. Fiquei sem jeito de falar que já tinha baixado e visto o filme, peguei o DVD. Bom que posso emprestar pros colegas da Julieta.

Teve ainda hoje na Faculdade uma Jobs Fair, onde empresas recebiam currículos de estudantes para trabalharem com eles. Não achei muita coisa interessante, mas deixei vários currículos meus e da Julieta também. Bom mesmo foi os chocolatinhos que ofereciam, e ainda ganhei uma bolinhas dessas gostosas de apertar e uma caneca, sempre muito útil.

Cheguei em casa e comi lasagna, dessas congeladas. Ela não pareceu tão boa quanto da primeira vez. Afinal foi a primeira coisa "feita em casa" que comemos aqui, agora com nossos almoços classe A, a cotação da lasagna caiu bem.

Leonardo OCunha

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Home

Ontem voltei da aula ouvindo música. Lembrei de muitos queridos, sem nenhuma saudade dolorida, nenhuma. Apenas lembrei, olhava pela janela do ônibus e via o movimento de Londres e suas peculiaridades. Projetei boas energias, ou, fiz uma oração, se assim preferir chamar, pela Joana, minha colega de sala, que tá morando numa casa com cinco homens, onde tudo é sujo e bagunçado, e por isso está odiando, e por essa razão têm estado cansada e com saudades do Brasil, rezei para que em breve ela consiga se sentir em casa, ter uma casa e não mais querer seu apartamento em São Paulo.
Não sinto saudade do Brasil, especificamente não. Lembro de muitas pessoas com amor, mas sei que em breve as verei, e o tempo presente aqui têm sido especialmente bom.
Mas não posso esconder minha vantagem sobre os demais que estão aqui de passagem. Porque chego em casa, e ela está limpinha e cherosa. Não moro com várias pessoas, mas com uma só. Que me recebe ao fim do dia com beijos, abraços e lanchinho. Que fala minha língua, mesmo quando inventamos de falar em inglês. Eu estou em casa aqui. Minha casa está aqui comigo.
 
Julieta

Abra sua conta no Yahoo! Mail, o único sem limite de espaço para armazenamento!

domingo, 28 de outubro de 2007

Mea Culpa


Ontem, sábado, tive uma aula extra de Space Lab, em que nos encontramos à margem do rio e caminhamos pelas ruas de Londres, observando os movimentos "invísiveis" da natureza, presentes na arquitetura, nos monumentos. Foi um passeio, como sempre, muito agradável, porque Londres é uma cidade com uma energia muito específica, e deliciosa, além de ser super charmosa e cheia de surpresas. O interessante foi notar pelas ruas as manifestações sobre guerras, como uma escultura em que são talhadas várias feições humanas que espantam, provocam e dizem muitas coisas.
Por aqui já passaram guerras mundiais e é interessante passear pela cidade com a descrição do professor, que nos apontou os marcos de celebração dessas guerras, e refletir que espécie de celebrações são essas, se pela morte, se pela nostalgia, pela honra, pelo o quê. O interessante foi que ao chegar em casa, eu e Leo assistimos ao filme nacional Tropa de Elite, e gostei muito, principalmente da forma como ele coloca a classe média e alta no filme. Os estudantes que discutem Foucault fumando um baseado, que tem uma Ong no morro e vendem maconha na escola. Me fez lembrar minhas leituras de Paulo Freire e o que entendi delas, de que de nada serve movimentos solidários e discursos filosóficos se não se age no cerne da questão, se não se realiza uma transformação efetiva, se não se parte efetivamente para o campo da ação. Cenas como a discussão senso comum a respeito da policia, a hora da passeata e o momento fortíssimo em que o Nascimento esfrega a cabeça do estudante ( e traficante) na barriga de um homem morto, dizendo: "quem matou ele foi você!"( por mais radical que possa parecer) me fascinam. Já com o documentário "ônibus 174" esse diretor havia me provocado, e agora ainda mais.
Aqui vê-se muitas declarações a respeito da guerra no Iraque, e é muito louco pensar nessa outra guerra, e tentar nos entender, nós, seres humanos, nesse mundo de tantos conflitos, e em que medida os provocamos e em qual parte entramos nessa história. Ficam as imagens do passeio de ontem e a reflexão...
Julieta

sábado, 27 de outubro de 2007

Tropa de Elite, osso duro de roer.

Logo antes de viajar, estava montando nosso filme na UNA e o pessoal estava em polvorosa copiando a torto e a direita o DVD do filme Tropa de Elite. Não me interessei, porque queria ver o filme no cinema, nem me toquei que sairia do país em pouco tempo e não teria uma oportunidade de assistir no cinema tão cedo.

Chegando aqui, a repercussão do filme que foi enorme no Brasil, mesmo antes da estréia, devido justamente à pirataria, nos atingiu. Com cada pessoa que falávamos no Brasil, tinhamos um comentário sobre o filme, ou simplesmente mandavam que o vissemos.

Bernardo, acho que nunca mencionei ele, é um carioca que estuda Sport Management na minha faculdade. Ele disse no dia em que o conheci que estava com um DVD do Tropa de Elite aqui em Londres. Ele ficou de me emprestar. A vontade de assistir foi crescendo junto com o número de comentários sobre o longa. Mas um dia encontrei com Bernardo por acaso, pois só temos aulas juntos na terça-feira, e ele que ainda estava morando em hotel, me falou que não conseguiu de forma alguma encontrar o DVD.

Então larguei de bobagem e recorri ao meu amigo Paul Torrent (jeito besta de disser que baixa o filme na internet). Em um dia já estava com o filme completo no Laptop. E finalmente hoje, sábado, 27 de outubro, resolvemos assistir ao filme do José Padilha. E que filme.

Técnicamente é irreprensível e casa muito bem forma e conteúdo. A fotografia não é “bonita” como em Cidade de Deus, mas confere verossimilhança ao filme. O roteiro usa um off, que embora comumente questionado, é necessário para a complexidade desta película. As atuações são magistrais.

Mas o filme vai muito além. Primeiramente, deveria ser decretado que todo mundo que assistiu a Tropa de Elite deveria ver Ônibus 174, longa anterior do Padilha. Não por acaso, os dois personagens centrais tem o mesmo sobrenome. Cap. Nascimento foi batizado em cima de Sandro do Nascimento, o sequestrador do ônibus no Jardim Botânico, segundo afirmou o próprio diretor no Programa do Jô. Os dois Nascimentos são “monstros”, contudo, à exemplo da criatura de Frankstein, estes monstros tem um criador, a Sociedade.

Embora Nascimento seja o narrador do Tropa de Elite, e a figura forte e carismática de Wagner Moura nos leve a uma próximidade com o personagem, a grande história do longa é a de André Matias. E a criação deste novo “monstro” que acompanhamos nas quase duas horas de projeção (ou no DVD ou no computador). E a cena final é fenomenal. O que esperamos do último ato de Matias? O que devemos esperar? Que ele atire e tenha o “coração”(ou a falta dele) para substituir Nascimento? Ou que ele se recusse a cometer ato de tamanha arbitrariedade e brutalidade? Aposto que pouquíssimo torcemos pela segunda hipotése. E a tela branca deixa aberto a conclusão, não do tiro, que fatalmente foi dado no rosto do traficante, mas do personagem e a nossa mesma enquanto agentes dessa trama.

Tropa de Elite é um filme díficil, pode sim gerar “efeitos colaterais”, mas como disse Pablo Villaça; “É infinitamente mais recompensador assistir a um filme que estimula a discussão e a auto-análise do que um que, por covardia ou falta de ambição, limita-se a seguir a corrente do politicamente correto.

Leonardo OCunha

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

O medo que oferece a coragem

Meu segundo dia de aula foi o dia de vencer o medo. Foi o dia em que o dia começou com aula de acrobacia. Com um professor que em um primeiro contato parecia muito sério, que chegou na sala, não disse oi nem nada, somente: comecem a correr! E a partir daí não paramos mais. Muitos exercícios de flexibilidade, força,e....cambalhotas. Várias vezes na minha vida tentei dar a tal camabalhota, mas algum dispositivo cerebral, emocional ou que quer que seja não permitia que minhas pernas fossem para o alto e se jogassem por cima da minha cabeça, e é um medo tão grande que, quando ele disse para faze-lo, meus olhos encheram de água. Chamei o tal professor que fala em um inglês rapidíssimo, como sua aula, e lhe confesei."eu não consigo fazer isso!" e ele respondeu "hummm, you can't!", e fez uma cara de quem diz, veremos!! E então descobri que ele era doce e simpático, e então me conduziu para a simples camabalhota que crianças de três anos fazem, mas que eu, com tanto juízo na cabeça, me sensuro e quase choro. E então, com o corpo quente de tanto exercício, fui uma só vez: zazzzz!!! Pernas passando por cima, meu corpo se embolando e rapidamente se desembolando e em poucos minutos dispensei a ajuda do professor e fui sozinha, me enrolando e desenrolando pelo colchão; Nada melhor que vencer a si próprio.
Julieta

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Rice & Bean

Ontem a Julieta teve seu primeiro dia de aula (ver post anterior) e fique encarregado do almoço. Aproveitei a ausência dela e comprei o feijão em lata que ela sempre rejeitou. Fiz então uma saladinha de alface e tomate, um franguinho no forno e Arroz e feijão. O arroz ficou bom, coloquei um pouco de água demais, e incrementei o feijão, refogando cebola e alho antes de acrescentar o feijão. Estes baked beans tem um molho de tomate e são brancos. Olha no fundo eu gostei. Mas Julieta não quis nem provar, ficou no arroz com salada e frango. À noite após a aula ainda fiz um mexidão com o que restou e mais um ovo frito. Ficou foi bom :-)

Leonardo OCunha

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

A vida, a arte, a arte e a vida

Hoje eu fui ao Lispa, minha escola, pela primeira vez. Foi um dia de recepção em que fomos apresentados e nos apresentamos aos colegas e aos professores e funcionários da escola. Foi especialmente emocionante e é com muita comoção que redijo essas palavras.
O Lispa é um galpão largo, para se entrar tem que se tirar os sapatos ( igual a minha casa), lá tenho um armario com meu nome em que guardo minhas coisas.
Hoje nos sentamos em um semi circulo em frente aos professores, diretor e funcionários. Os alunos entraram primeiro e se sentaram, eu e Diego sentamos um ao lado do outro, e então os profissionais da escola entraram. Nesse momento o Diego sussurrou no meu ouvido "estou emocionado", e eu respondi "pois é, estamos aqui!". Há um ano fazíamos um workshop em Belo Horizonte, com o Thomas, diretor da escola, fazíamos isso apenas para melhorarmos como profissionais, sem grandes intenções, quando ao término deste Thomas nos chamou para uma conversa e nos deu a bolsa de estudos, que garantiu que, hoje, estivessemos ali.Aqui, em Londres, convivendo com tudo o que estamos convivendo, descobrindo tanta coisa e sendo tão felizes, mas tão felizes.
Thomas nos falou sobre a proposta da escola e tento aqui reproduzir:
"Não existem diferenças entre a arte e a vida, a arte nada mais é que uma transfiguração da vida, a arte nada mais é do que a própria vida. O que tentamos aqui na escola é inspirar vocês a descobrirem si próprios e, assim sendo, a sua arte e sua forma única de fazê-la. No primeiro termo, que vai até dezembro, vamos encourajar vocês a descobrirem a si próprios, a abrirem seu corpo para a vida, a entedê-la da sua maneira. Não vamos pegá-lo pela mão e dizer: é por ali que você vai, ou, isso é a vida, porque essa é uma descoberta individual e ninguém deve dizer a você como deve ser sua vida, porque ela é somente sua. Após isso, no final do termo, vocês terão um momento a sós com os professores, sendo apenas você no espaço para que você consiga descobrir coisas tão suas que em grupo não era capaz."
Isso é apenas o primeiro passo de um processo de um ano, e ele ainda completou : No final disso tudo, vocês decidem se querem ou não continuar essa viagem ( ele usou journey).
Teremos aula de máscaras, clown, acrobacia e muitos improvisos.
Na minha turma que é da tarde, tem 4 brasileiros, mas fiquei amiga de uma mexicana e uma polonesa, e conversamos ( eu e Diego) um bom tempo com um grego.
Quando fui me apresentar e dizer porque estou aqui, apenas disse: "Acredito na filosofia da escola, em abrir meu corpo para a vida, porque a vida foi quem me trouxe até aqui."
Cheguei em casa e o Leo tinha feito um almoço delicioso. Almoçamos juntos e ele seguiu para suas descobertas em sua escola.
Julieta

Wash & Dry

Ontem tivemos a primeira e bem sucedida experiência com nossa máquina de lavar roupas. Para garantir baixei o manual na internet. E após 2 horas lavando e mais duas secando, nossas roupas saíram cheirosas, quentinhas e secas! :-)


Leonardo OCunha

domingo, 21 de outubro de 2007

Month

Fez um mês que estamos aqui. E agora como fica a primeira semana?

sábado, 20 de outubro de 2007

Mutum no London Film Festival

Ontem assistimos a Mutum, o filme da Sandra Kogut, baseado em Guimarães Rosa. É um filme bem interessante que deve parecer bem exótico para o público inglês, mas para mim tem ambientes e personagens muito familiares. Tem um naturalismo que fez a curadora do festival colocar o filme no limiar do documentário. Não considero assim, ele tem sim uma sinceridade, que vem primordialmente da interpretação dos atores, que foram preparados pela Fátima Toledo. Thiago (o Miguilim do Rosa) é um personagem cativante. Vejo na relação de Thiago com seu irmão Felipe a única relação verdadeiramente amorosa do filme, mesmo assim ela não é 100% recíproca. A relação da mãe com os filhos é falha, e a do Thiago com o Tio Terez (nosso colega Rômulo, para nossa surpresa) é apenas um engôdo, uma substituição da figura paterna (não sei como isso fica no livro). Em suma, o filme fica, e foi ótimo assisti-lo em Londres, num contexto muito diverso.



Acima o trailer do festival, um deleite para cinéfilos.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

St James Park

Até agora é meu parque favorito.

Leonardo OCunha

Aqui as manhãs, em sua maioria, são de céu azul, sol e muito claras!
Como a manhã de hoje...
Julieta

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Tour

Um dia de contrastes interessantes. De metrô atravessamos o rio (!) e chegamos ao sul, extremo contrário de onde moramos e estudamos. Descemos em Brixton, um bairro com muitos negros, salões afro e reggae em toda esquina. Lá tem um mercado interessante que se assemelha ao mercado central, muitas praças (que mais estão para parques), como em todo lugar aqui. De lá pegamos o ônibus e fomos para Piccadilly Circus, no caminho Big Ben, Houses of Parlament, ponte, London Eye e chegamos à uma infinidade de luzes e pessoas. O som não era mais reggae mas sim o do andar de uma multidão de pessoas indo e vindo (e seu inúmeros e incontáveis idiomas), com enorme painel eletrônico, edificações antigas belíssimas, um lugar claro, cheio de luzes. Mais para frente muitas lojas e pude entrar pela primeira vez numa super mega store de brinquedos de 5 andares! (risos). Incrível, nossa...coitadas das crianças, devem ficar alucinadas com aquilo!
Cartier, Hugo Boss e pessoas, muitas pessoas.
Hoje fez um frio maior que todos os dias, a previsão é de 4 graus para a noite, mas já estamos em casa. Quentinhos. E felizes.
Obs: O último vídeo é no Soho, um dia antes ( esse lugar é incrível!)

Livros etc

O passeio de ontem incluiu livrarias, e loja de Revista em Quadrinho (aqui tem uma Forbidden Planet, como NY). A seção de cinema aqui é de dar inveja, muita coisa, e muita coisa boa.Essa foto é em outra livraria de nome curioso...

Leonardo OCunha

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Hoje tive aula com o Hitchcock, o Michael, não o Alfred. :-)

Leonardo OCunha

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Adorno, Horkheimer

Hoje tive uma aula sobre a Escola de Frankfurt com uma professora alemã. :-)

Leonardo OCunha

Brazil, Brasil

As pessoas aqui tem medo do Brasil. E quando dizem que é violento, não tenho argumento.
Julieta

sábado, 13 de outubro de 2007



13 de outubro

Fotos no Arsenal

Updated: Mais fotos do Museu do Arsenal e do estádio Emirates, observem a infra-estrutura. O público fica pertinho, o banco de reservas não tem cobertura. Não se vai de carro para o estádio, só transporte público. Na tribuna de honra os bancos são de coro, e tem um restaurante.


Arsenal

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Paulo Autran

Hoje a noite comemos pizza. Exatamente às 20h comíamos uma saborosa pizza margherita com coca- cola. Após isso, olhei algumas coisas na internet, lenvantei-me e fui ao banheiro escovar meus dentes. Mal coloquei a pasta na escova o Leo soltou um grito: Amor, Paulo Autran morreu!
Segurei a escova por uns instantes, seguindo um estado natural de quem recebe uma notícia de morte, de fim ( ou não...) mas fiquei ali por um tempo. Eram 20h30 quando o Leo soube e imediatamente contou-me. Paulo Autran morrera às 16h em São Paulo, 20h aqui em Londres. Exatamente entre uma ou outra garfada de pizza, esse gênio dos palcos deu seu último suspiro, algo supostamente tão distante mas tão imediato e tão imediatamente sentido por nós. Por mim, que não mais pude escovar os dentes de forma rotineira. Soubemos 30 minutos depois, porém, às oito da noite em Londres. A tecnologia nos pode trazer a notícia instantanea quase imediata.
Mas estamos com 4 horas "a mais", e um pensamento me tomou, em que medida se marca o tempo e a hora da partida.
Mas eu estava a jantar, quando ele fechou os olhos. Fechou os olhos, silenciou a voz.
Apenas um breve silêncio, pois uma voz como aquela, com pausas tão perfeitas e tão envolvente não se cala jamais. Ecoa, ecoa, ecoa...
Descanse em paz Paulo Autran.
Fiquei feliz por pensar no Teatro que posso fazer amanhã.
Julieta.
P.S.: No blog do Leo tem seu relato sobre a perda do Paulo Autran.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Tempo

O clima aqui é realmente muito louco. Chove muito, mas sem intensidade, e intermitentemente. E é bem imprevisível, quer dizer, pode-se sempre dizer que a possibilidade de chuva existe, mesmo saindo de casa com céu azul.
O frio nem começou, temos aqui duas semanas de outono. O que pega para mim é o vento. Descobri que o cachecol é um ótimo artifício para mitigar os efeitos da ventania. Gosto do frio, mas não gosto de sentir frio, quer dizer, preciso de encapotar. Então, saio com uma blusa de malha, um moleton, outra de lã e um casaco, além do cachecol e comumente duas meias. Mas o que vejo na rua são ingleses com blusinha de manga, o que me faz temer o frio de verdade, do inverno.
Já comprei meu casacão de frio, espero que ele segure a onda, juntamente com os demais artifícios. O fato é que em qualquer lugar que se entre há aquecimento, e fica por vezes até quente demais.
O povo daqui é preocupado com o tempo, sempre perguntam, ao saber que sou brasileiro, se estou gostando da Inglaterra, do clima, e perguntam como é no Brasil, etc. Ainda não vi a famosa fog londrina, nem nenhum frio maior do que já peguei, na Espanha, em Curitiba ou em Gramado. No fundo mesmo, estou gostando do clima londrino...
Leonardo OCunha

Butterfly

Ontem choveu. E choveu bastante. O Leo passou o dia em um workshop e quando nos encontramos em casa, a noite, ele tirou da mochila um lindo guarda-chuva de borboletas coloridas e deu-me de presente.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Workshops

Ontem e hoje em vez de ter as aulas regulares tive um workshop de dois dias manhã e tarde. O primeiro dia foi bem legal, quando dividos em dois grupos visitamos diferentes lugares para em seguida fazer a apresentação para o outro grupo. Eu fui até um lugar que se chama Safe Studios, na verdade é uma empresa que gerencia estúdios para que artistas (plásticos, mormente) possam trabalhar. São trinta estúdios, e presumo 30 artistas, que pagam o que imagino ser uma pequena taxa, e ainda se comprometem a participar de atividades como oficinas, exibições etc.
Na semana passada houve uma exibição chamada Freedom com os artista de lá. E foi organizada por uma ex-aluna da London Metropolitan University. Kasia uma polonesa, que está grávida, e que conversou com a gente sobre sua experiência. Conversamos também com a diretora do Safe Studios, Ellie, uma lady, octagenária, doce e carismática, embora tenha parecido rabugenta no primeiro contato. Os estúdios estão distribuídos em dois prédios, um costumava ser uma Sinagoga, e o outro, atravessando a rua, foi uma fábrica. Ainda visitamos alguns estúdios e conversamos com um artista, todo poser com suas roupas coloridas, and all.
O outro grupo visitou uma parte de Londres conhecida como BanglaTown, onde se concentram os migrantes de Bangladesh. À tarde visitamos a Women's Library, uma biblioteca, arquivo e museu, liga à London Met, onde homens são bem-vindos, e há uma coleção voltada para o universo femino.
No segundo dia o assunto principal foi Funding Raising (captação de recursos). Tivemos explanações da Maggie, coordenadora do curso, e da Fiona, gerente da Women's Library. Nestes dias tivemos sempre chá, café, biscoitos, almoço e hoje para encerrar jantar!
Aproveitei ainda que o evento foi no City Campus (o meu é o North Campus) e foi até a Biblioteca local para pegar DVD. Peguei, A primeira temporada de Twin Peaks, A Dama de Shangai, Double Indenmity, Morros dos ventos uivantes, The African Queen, The third Man, Vinhas da Ira e Match Point!
Leonardo OCunha

domingo, 7 de outubro de 2007

Museus

Ontem passeamos nos museus de História Natural, e Science Museum. São bem interessantes, as crianças adoram. O Vítor ia adorar os dinossauros.


Carros

Flat

Atendendo a pedidos, fotos da nossa casinha e região.

sábado, 6 de outubro de 2007

Boat trip to Greenwich

Sábado passado, dentro da programação de recepção dos calouros internacionais, fizemos um passeio de barco até Greenwich, que é uma região de Londres, por onde passa o meridiano.

O lugar é todo charmoso, tem clima de cidade pequena, um mercado cheio de iguarias, várias feirinhas de coisas usadas, antiquidades, etc. Até um LP da Elis Regina encontramos.

Foi um passeio ótimo, a Julieta foi junto, nem cobraram que ela fosse da Universidade. Terminamos num Pub bem inglês, comendo Beer & Burger.

As fotos também contam muitas histórias. Enjoy:




Estou testando o Flickr
O post veio com atraso porque só agora temos internet em casa.

Leonardo OCunha

Dia de turista



Dia de Turista

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Sunny Day

Ontem foi um dia de sol e céu azul. Como hoje, que às 9h da manhã, escrevo sob a vista de um dia lindo!
Mas como o dia de hoje está apenas começando, falemos do dia de ontem.
Tem dias que são especiais, parece que uma energia específica paira no ar. O céu azul de ontem foi muito especial. Fomos andando até a estação de metrô mais próxima à nossa casa, e deu apenas 10 minutos de caminhada, descobrimos algumas ruas da nossa vizinhança que são lindas e extremamente agradáveis.
Descemos em Westminster, com toda sua modernidade ( aqui cada estação é de um jeito e todas são muito interessantes). Subimos suas escadas e imediatamente ao sair nos deparamos com o Big Ben e senti algo inexplicável. Eu já havia visto milhões de fotografias e cartões postais e não acreditava que ficaria muito surpresa ao ver o "super" relógio. Pois acontece que fiquei estasiada, chocada, senti algo que ainda agora é vivo em mim. Ele é enorme e o prédio do Parlamento é simplesmente maravilhoso.
Ainda nessa sensação inexplicável seguimos pela ponte sobre o rio Tâmisa, ouvimos uma gaita de fole ser tocada sob um ar, sob um cheiro, que para sempre estará na memória.
Londres é uma cidade especial. Ontem vimos muitos artistas de rua, e obras de arte consagradas no Tate Britain,onde compramos um lindo poster do Mark Gertler para nossa casinha, caminhamos à margem do Tâmisa e sentamos em um banquinho, debaixo de uma árvore, para descansar. O sol era quente, o vento fresco. Vimos a tão falada London Eye, compramos amendoim torrado e encontramos algumas obras do Dali pelo caminho.
O Diego, meu colega de escola ( T.U. e Lispa) chegou, e ao nos encontrarmos ele me disse, "fico pensando porque que pessoas do mundo inteiro vêm viver nesse lugar, alguma coisa especial têm aqui...", algumas respostas já tenho pra mim, e acredito que o Leo também.
Estamos completamente apaixonados por Londres. Só pensei nos meus grandes amores, que estão aí do outro lado do oceano, e o quanto gostaria de dividir isso com eles, toda essa sensação que foi tão transformadora, e têm sido nesses 15 dias aqui. Mas palavras só descrevem. Londres é simplesmente apaixonante, inebriante, tem que vir e sentir.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Aulas

Tive meus dois primeiros dias de aula. Na sala tem muito mais alunos, tem gente que já começou há mais tempo, gente que faz o curso part-time. E, lógico, diversas nacionalidades estão presentes; uma menina do Irã, dois Sicilianos, um cara de Botsuana, uma russa casada com brasileiro, que estava morando no Brasil e fala um ótimo português, e por aí vai.

A primeira aula foi de Arts Management, e o professor, Roger, é um prático, como se auto proclamou, que não tem formação acadêmica, acho que no Brasil isso não acontece. O cara começou como porteiro de teatro e acabou um dos profissionais mais respeitados na área de gestão cultural. Quando disse que era do Brasil, a única coisa que ele comentou foi: Então vocês são os responsáveis por aquelas novelas horriveis(não sei se foi bem este o termo). Mas na verdade ele estava misturando tudo, as venezuelanas, mexicanas,(comentou das maquiagens carregadas, que com ele viu foi nas outras, não nas brasileiras.) então, tive de falar que as brasileiras são melhores, embora sejam mesmo produtos massacrantes. A aula foi um apanhado de coisas que já vi no curso de Administração.

A primeira aula de terça-feira é misturado com diversos cursos. E conheci um carioca que faz Sports Management, Bernardo, que está aqui com a esposa. O cara quebrou o tornozelo jogando futebol às vésperas de vir para Londres. A matéria e Métodos de pesquisa, e o professor é um velhinho estrábico, ajudado por uma oriental que parece homem. A segunda aula do dia é com a Maggie, a coordenadora do curso, que já tínhamos conhecido semana passada. Ela é bem empolgada e competente. E já encheu a gente de material para ler. Aqui, eles já te dão o xerox encardenado de todas as leituras do semestre, sem termos que pagar por fora, e sem problemas com copyright.

Leonardo OCunha

Solitaire




Por incrível que parece a Julieta não sabia jogar paciência. Aprendeu agora com o laptop, e não é que a ela viciou no trem, fica jogando sem parar!

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Dupla

No sabado fizemos um passeio ate Greenwich, la nos deparamos com uma dupla de rua fantastica.
Check it out.



Logo mais, as fotos e comentarios do passeio.

Taxi

Este é um vídeo feito dentro do taxi, saindo do hotel e indo pro nosso flat. Isto foi segunda à noite, já faz uma semana que nos mudamos.