Esperança

Hoje acordei naqueles dias em que quero fazer uma revolução no cenário cultural do Brasil, que me indigno com idéia da televisão nivelar por baixo nós, brasileiros. Uma televisão cheia de didatismos e fórmulas repetidas, mas mais do que isso da falta de hábito da maioria dos brasileiros de ir ao teatro, museus, de procurar saber sobre arte e se abrir para serem tocados por ela, ainda que sem explicação,ainda que sem a "fórmula habitual". E aí eu chego em mim, atriz e ao meu desejo de realizar meu trabalho, conseguir sobreviver por ele e, ainda, falar por ele às pessoas do meu Brasil, e fico nesse impasse toda vez que acordo nesses dias. Criando milhões de idéias e findando em um espaço de certa forma vazio, que talvez seja o de como começar tudo isso. Sou romântica mas as vezes tenho que parar com o romantismo.
Aí o Leo falou para eu ver um filme que tem aqui no computador "Once". O filme é lindo, a atriz é uma coisa, e vale a pena dizer que é seu primeiro trabalho como atriz, pois ela é musicista. Quando o Leo chegou em casa revelou-me que ela e o cara que contracena com ela ganharam o Oscar de melhor canção, pois eles, como músicos, são responsáveis pela belíssima trilha do filme. São eles Glen Hansard e Marketa Irglova, saídos de um filme Irlandês de baixo orçamento recebendo o Oscar e quase não acreditando! Ela sem nenhum penteado estupendo ou colar de diamante, apenas ela, linda. A nossa "seção Oscar" foi seguida da premiação do fantástico Javier Bardem, que fez com que eu não me aguentasse ao ouvir seu agradecimento em espanhol, e as lágrimas desceram.
Eu, aqui em Londres, tive a certeza que não posso desistir de mim e menos ainda do meu Brasil. Vale a pena assistir aos dois vídeos.




Julieta