A vida, o universo, as penas e as palavras

No último sábado Londres foi aquecida por 20 graus, com direito a céu azul e sol forte. As pessoas lotaram calçadas, parques, foram para fora de casa, nesse primeiro dia de verdadeiro calor após um grande inverno.
Eu acordei cedo para ensaiar, sim era sábado e ainda assim eu tinha que ir para o Lispa. E acordei muito feliz, coloquei uma regata branca, arrumei minhas coisas na minha nova bolsa linda que a Rosâni me deu, olhei para o Leo e disse: Como sou feliz! Eu tenho tudo o que quero.
Fui para o ensaio feliz da vida, nesse momento me esqueci um pouco de toda preocupação com as apresentações de final de termo, e especialmente uma que me tirava o sono: ter que fazer uma máscara baseada em uma foto de um bicho! E eu não sabia nem como começar, e meus colegas já estavam super adiantados com a deles...
Enfim, fui para o Lispa, e quando saia de lá, após o ensaio que foi maravilhoso, decidi que seria legal fazer uma máscara de coruja usando umas penas.
Almocei com o Leo e disse a ele: Gostaria de umas penas.
Saí de casa para trabalhar, e o que encontro no chão da rua, em frente minha casa?
Nada mais que um monte de penas coloridas, rosa, amarela, verde e azul, presas em um bambu como que um trabalho indígena. Peguei o curioso artefato sem nem pestanejar.
Ao chegar em casa mostrei ao Leo e perguntei a ele: você se lembra a primeira frase que disse hoje?
Ele: Que você é feliz demais??
E eu entre pulos de alegria pela tão bonita conexão do universo: Sim! Mas o mais importante foi: Eu tenho tudo o que eu quero!!!
Sigamos. Nós e esse mundo misterioso que a cada respiração conspira ao nosso favor. Sempre.
Julieta
ps: A máscara ficou linda e eu a fiz como se soubesse aquilo há anos.

Cebolinha

Sim, a cebolinha cresceu, e já serviu de tempero no último almoço que fiz.

Temperatura

Entro no site e vejo a meteorologia.
16° em Belo Horizonte e 19° cá em Londres!

O senhor do Anel

Como todos sabem em Março fomos a Paris. Viagem esta uma das mais incríveis que já fiz, você que nunca foi a Paris, vá!

Nessa cidade linda encontramos a Duda, minha amiga linda de BH. Numa bela tarde tomávamos vinho em um charmoso café próximo à Torre Eiffel, eu, ela e o Leo, quando um homem misterioso passou e colocou sobre a mesa, que estava à nossa frente, um grosso anel dourado, bem parecido com a aliança minha e do Leo, mas bem mais grosso.

Já alterados pelo vinho começamos a nos divertir com a situação, Duda me cutucando e dizendo ao pé do ouvido: pega lá sô! Respirei fundo, corri e peguei o anel.

Fomos andar até a Torre e no caminho entreguei o anel para a Duda que voltaria para o Brasil.

Havia me esquecido disso, até ontem. Quando a Duda, aos risos, me disse: Owwww! O anel vale 450 reais! Tamo rica!

O legal são as conspirações que fazemos em torno do fato, o que terá acontecido a esse homem para que ele largasse o anel sobre a mesa... Ele estava a andar, deixou o anel e continuou a caminhada...

A Duda vai derreter o anel e fazer algo para nós duas, para lembrarmos para sempre desse momento filmico na cidade das luzes.

Julieta

Alexandre em Londres

Pois é, o Xande Chegou olha as primeiras fotos aí

7 meses

Quem se lembra do post de 20 de janeiro? Falei que o Xande chegaria em 4 meses. Ele chega terça-feira apenas 3 meses depois. Fazem agora sete que estamos aqui.

Aproveitamos para mandar um abraço especial para todos os aniversariantes de Abril que são muitos...

My Vagina was my Village

Finalmente o vídeo do meu monólogo, no Monólogos da Vagina, que apresentamos aqui em Londres. Ele é poético e é o relato de uma bósnia estuprada durante a guerra. A camêra treme e perde um pouco do meu corpo, pois centraliza no meu rosto, mas vale a pena ver.

Mãe

Hoje é aniversário da minha mãe. A GRANDE  responsável.

Minha mãe é linda, me contou muitas histórias, me mostrou desde cedo a poesia de Mário Quintana, Cecília Meireles, Vinícius de Moraes e Chico Buarque. Se fantasiava dos personagens das historinhas e sempre me deu tão belas lições.

 

Odiava a Xuxa, e fazia com que víssemos pelo menos outros programas, como Bia Bedran e Ra tim bum. Jamais me esquecerei do grupo Rumo e a história da princesa, e de que fomos a um show do Uakti quando eu era pequena, e como aquilo me encantou.

 

Certa vez no teatrinho do "Saltimbancos" com as outras crianças da rua, ganhei um personagem que não queria fazer, e confessei isso à ela, quando tentávamos juntas a maquiagem da "galinha" no banheiro, e ela me disse: Uma grande atriz não se importa com o papel, ela faz de tudo uma grande beleza e importância.

Sim.

Ainda me lembro de descermos as ladeiras da Serra cantarolando melodias e dançando, dos gominhos de laranja que ela fazia florzinhas, e das florzinhas que desenhamos na parede, eu, ela, papai e Branca; onde mais tarde uma borboleta fez um casulo.

 

Sempre carrego comigo suas bochechas rosadas, seu samba no pé e na alma, e os presentes da Fada dos Dentes- sempre com um bilhete sugerindo que partilhasse com meus irmãos.

 

A conversa na beira da cama, o carinho na sola dos pés, o beijo surpresa durante o sono.

 

Minha mãe é uma apaixonada, é uma guerreira, ela grita, sapateia e sorri. A mim ensinou-me tudo.

 

A gostar de borboletas, a correr, voar atrás dos meus sonhos. A acreditar neles. A respeitar cada um, com cada sonho seu, "o limite é o outro", sempre disse ela. A dizer a verdade, sempre. A adorar crianças, amar a natureza, preservar o mundo. A ser o que sou, e a tentar sempre mais.

 

Muita saúde mãe, porque ainda temos uma longa estrada a seguir, juntas.

 

 

 

Presentes de Aniversário

White Sunday Morning

Abrimos a Janela esta manhã e qual foi a surpresa...

Encruzilhada

O que escrevo aqui talvez não tenha tanto a ver com nossa estadia em Londres, ou talvez tenha. Mas acabo de assistir o filme Ônibus 174, pela terceira vez, e parece que precisamos de um choque de uma realidade tão próxima e cotidiana para nos sentirmos tão pequenos. Nesse momento me sinto um nada, vejo um caminho sem saída, sinto culpa, dor, compaixão e desespero. Por nosso Brasil, por nossa ignorância que "aos berros grita para acabar com bandido", sem enxergar aquilo que nós mesmos criamos.

Julieta ( e tenho certeza que Leonardo também)

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pela janela do quarto

Cerveja, cebolinha e begonias

Nas Asas de Elis

Ontem confessei ao Leo uma vontade muito grande de ouvir Elis Regina, ela sempre inspira e emociona muito.
Começamos a buscar vídeos no youtube, e baixamos muitas músicas dela na internet. Sentamos na beira da cama, cantarolamos alguma de suas melodias, e começamos o dia com um frescor, inspirado pela honestidade e generosidade dessa artista tão linda.

Nos emocionamos pela entoada bela e pura dada às letras do Milton.
Fechamos o dia ainda ouvindo Elis, lembrando do Brasil, sonhando com a filosofia do "país do futuro", do país que tem a Elis, que tem o Milton, que tem Chico, e tantos outros.

Nosso coração ficou quente e os olhos com muitas lágrimas. Por momentos eu, por momentos o Leo.

Chamamos isso amor, chamamos esperança e também chamamos saudade.

Julieta

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