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terça-feira, 15 de janeiro de 2008

desenho da alma

Ontem na aula de análise de movimento me sentei em frente a uma folha em branco. Com um giz de cera preto em cada mão fechei os olhos e segui as instruções do professor. "tente não fazer nada, simplesmente se deixe levar, sem programar, e siga desenhando com as duas mãos e os olhos fechados, quando sentir que acabou pare, e dê um título." Com olhos fechados deixei que o giz conduzisse minha mão pelo papel sem pensar ou programar nada, e foi como se eu fosse a um outro lugar, tão dentro que palavras não descrevem. Quando terminei e olhei para o desenho e meu corpo estremeceu, e meus olhos arderam. Contive as lágrimas, mas o choro já havia acontecido.
O desenho não possuía forma exata, mas quando olhei para a imensidão de rabiscos no papel meu corpo inteiro, e alguma parte da minha mente, pôde percerber o quanto aquilo era um espelho de uma Julieta profunda, e talvez por isso a vontade de chorar. Muita vontade, mas não de tristeza.
Minha mão esquerda estava imunda, preta de giz de cera, sem nenhum espaço limpo na palma da mão e a mão direita estava quase não suja, com pequenos pontos pretos na ponta dos dedos.
Estou cá dividindo o que consigo. O resto fica no que disseram as lágrimas e que palavras não traduzem.
O chamei Silêncio.

Julieta

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